24/06/08

Reter ou não reter os alunos do Dec.-Lei 3/2008?

Em época de avaliações finais, levantam-se sempre muitas dúvidas. A este propósito, uma colega colocou a seguinte questão:

"Um aluno estando no 3/2008, com adaptações no PEI (7º ano de escolaridade), apoio pedagógico personalizado e adequações no processo de avaliação poderá ficar retido? Ou pode transitar, por exemplo com 6 negativas e na pauta aparecer uma alínea a referir que o aluno está a ser avaliado pelo Dec. Lei nº 3/2008?"

Embora não seja possível responder concretamente, pois cada caso deve ser analisado individualmente, penso ser de realçar o seguinte:

- A retenção, para qualquer aluno, é uma situação de excepção;

- No Ensino Básico, a avaliação tem de ser perspectivada numa lógica de Ciclo. Nos anos não terminais de ciclo (como é o caso do 7ºano) deve ser analisado se as competências demonstradas pelo aluno permitem o desenvolvimento das competências essenciais definidas para o final do respectivo ciclo;

- Os alunos com Medidas de Educação Especial têm registadas no seu Programa Educativo Individual, a fundamentação dessas medidas, assim como as respectivas formas de avaliação, pelo que a sua avalição deve ter isso em consideração.

Partindo do princípio que:

- as medidas educativas são as ajustadas ao aluno (ao seu perfil cognitivo, às suas necessidades... ao seu perfil de funcionalidade em linguagem CIF);

- as medidas definidas foram devidamente aplicadas;

- não foi justificável a aplicação de uma medida mais restritiva;

- ao longo do ano lectivo foram efectuados os reajustamentos necessários, em termos de adequações curriculares e de adequações de avaliação (devidamente registados e fundamentados),

penso que somente factores de ordem pessoal, intrínsecos ao aluno podem justificar uma retenção (continuada falta de empenho, irresponsabilidade perante as tarefas escolares, falta de assiduidade...).

Tudo isto deve ser analisado em Conselho de Turma e pelos responsáveis do PEI, o qual inclui o encarregado de educação, sempre no sentido da decisão que melhor se enquadre no projecto educativo/de vida para a situação específica do aluno.

Recordo somente que as adequações curriculares individuais têm como padrão o currículo comum e no caso do ensino básico não podem pôr em causa a aquisição das competências terminais de ciclo, o que é importante ter presente na avaliação por ano lectivo.

Relativamente à pauta, penso que as classificações finais, em termos de efeitos retenção/não retenção, seguem as mesmas regras, quer para os alunos de Educação Especial, quer para os outros. A diferença é que a classificação dos alunos de E. Especial teve em consideração os pressupostos e a aplicação efectiva das medidas que constam no P.E.I.

Em resumo, penso que qualquer solução é possível, desde que devidamente fundamentada. Mas é um assunto que "dá pano para mangas". Gostava de ter comentários, reflexões sobre este assunto...

11/06/08

Encontro Temático - Comunicações

A Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular já disponibilizou as Apresentações das Comunicações do Encontro Temático sobre Educação Especial, ocorrido no dia 7 de Junho, em Lisboa.

09/06/08

Pablo Piñeda

Chama-se Pablo Piñeda e é espanhol. Foi o primeiro jovem europeu, com Trisssomia 21, a conseguir obter um curso universitário.

Em entrevista publicada na Crónica Social de Caja Madrid referiu que:

"No siempre ha sido fácil porque no todos apostaban por mi. (...)

La etapa escolar la recuerdo positiva. Mis dificultades vinieron más de la desconfianza y recelo de algunos profesores mayores, que tenían bastantes prejuicios y daban por hecho que no sería capaz de aprobar. Aún así tuve suerte porque recibí el apoyo del profesorado joven que apostó por mi permanencia en la escuela y consiguieron que me quedara. Todos mis estudios los he pasado en centros públicos desde niño. No todo ha sido un camino de rosas, tengo que reconocer que tuve problemas de integración por tener Síndrome de Down. (...)

Desde que empecé hasta ahora he tenido que demostrar constantemente mi capacidad. Eso ha sido lo más duro y lo que más he tenido que luchar de lo que he vivido. Siempre tengo que ir "un paso por delante". Al toparme tantas veces con un "no" he tenido que luchar muchísimo por conseguir un "sí". Algunas cosas me han hecho daño, como oír que lo mío era un montaje, que soy 'mosaico'. (un tipo de Síndrome de Down que no afecta a todas las células del cuerpo) y es falso.(...)

Tengo 29 años, la diplomatura en magisterio, en la rama de educación especial y ahora estoy terminando psico- pedagogía. (...)

Me considero afortunado porque no me ha faltado trabajo por el momento. He estado cerca de un año en el área de bienestar social del ayuntamiento de Málaga y después en un proyecto de inserción socio- laboral para personas con riesgo de exclusión. Empiezo ahora en un nuevo proyecto con el mismo equipo y tengo muchas ganas, me gusta mucho trabajar.(...)

Me siento un privilegiado, y creo que me han ayudado una serie de cosas: primero que yo mismo lo he tenido muy claro, y que mis padres me han ayudado infinitamente, han confiado en mis capacidades y me han apoyado siempre. (...)

Las personas con Síndrome de Down tenemos las mismas necesidades, deseos sexuales y enamoramientos que los demás, lo que pasa es que las chica no se suele sentirse atraídas por una persona como yo. Supongo que tienen miedo al qué dirán.. (...)

Yo gano mi propio sueldo, pero vivo con mis padres. Independizarme lo veo difícil por el tema del precio de la vivienda (...)

Siempre pienso que mis metas son seguir luchando por que la sociedad destierre los prejuicios y los estereotipos y tengamos más voz en la sociedad, y nos vean como personas. Todavía a veces me pregunto si la sociedad en realidad me ha comprendido, porque yo creo que los Síndrome de Down todavía no están siendo entendidos y valorados como personas. (...)

El consejo que yo les puedo dar (a las personas com Síndrome de Down) es que nunca pierdan el ánimo, que se consideren valiosos, que se acepten y que tengan amor propio, que no se acomplejen por nada, que no sientan envidia por nadie, que vivan sin complejos! Que luchen con todas sus fuerzas, que seguro que son buenos en algo y eso es lo que deben potenciar. A mi por ejemplo se me da muy bien escribir y estudiar, pero canto como una almeja!!! Cada uno tiene que saber qué puede potenciar (...)"

Momento de humor...


06/06/08

Primary Special Needs - A Passion for Handwriting

(Filme sobre a importância do manuscrito e da abordagem multisensorial à aprendizagem da escrita.)

02/06/08

Mestrado: Comunicação Alternativa e Tecnologias de Apoio

Local: Universidade Lusófona (Portaria nº 324/2006, de 5 de Abril)
Direcção do Curso: Augusto Deodato Guerreiro, Doutor em Ciências da Comunicação, Especialidade Comunicação e Cultura

Destinatários: Podem candidatar-se à frequência do Curso de Mestrado em Comunicação Alternativa e Tecnologias de Apoio Professores do ensino pré-escolar, básico e secundário, investigadores e técnicos superiores, que desenvolvam ou que pretendam desenvolver investigações e boas práticas no campo que genericamente designamos como “Estudos Comunicacionais Especiais e Desenvolvimento Sensorial e Cognitivo no âmbito das Ciências da Comunicação”, desde que portadores de uma licenciatura, ou grau académico equivalente nos termos da lei, das áreas científicas das Ciências da Comunicação; Comunicação nas Organizações; Educação Especial; Educação Especial e Reabilitação; Tradução e Interpretação em Língua Gestual Portuguesa; Reabilitação e Inserção Social; Motricidade Humana; Ciências da Educação; Psicologia; Antropologia, com a classificação mínima de 14 (catorze) valores.

Estrutura curricular:
- Teorias e Sistemas de Comunicação: Especificidades Aumentativas e Alternativas (inclui 30h de formação braillológica), semestral (45h)
- Métodos e Técnicas de Pesquisa e Investigação, semestral (45h)
- Metodologias e Técnicas da Comunicação Alternativa (inclui 30h de formação em Língua Gestual), semestral (45h)
- Tecnologias de Acesso à Informação e Comunicação Aumentativa e Alternativa, semestral (45h)
- Laboratório de Sistemas de Comunicação Alternativa, semestral (60h)
- Didáctica Comunicacional e Desenvolvimento Cognitivo (inclui 30h de formação em Língua
Gestual), semestral (45h)
- Organização e Sistemas de Informação Inclusivos, semestral (45h)
- Política e Estratégias para a Universalização de Conteúdos Digitais (inclui 20h de formação
braillológica), semestral (45h)
- Competências Comunicativas, Inclusão e Qualidade de Vida, semestral (60h)
- Seminário de investigação
- Dissertação

Horário: 2 a 3 dias por semana, incluindo sábado - pós-laboral (a definir), a iniciar em Outubro de 2008

Períodos de Candidaturas:
1ª Fase: 19 Março a 27 Abril de 08
2ª Fase: 2 de Maio a 14 de Junho de 08
3º Fase: 18 Junho e 20 Julho de 08

Documentos a apresentar na candidatura:
- Certificado de habilitações e cópia;
- Curriculum vitae;
- Bilhete de identidade e cópia;
- 1 fotografia;
- Texto manuscrito (até 20 linhas) que evidencie os motivos da candidatura, bem como a relevância para o projecto de vida profissional do(a) candidato(a).
Informações:
UNIGEFA
Unidade de Gestão da Formação Avançada
Tel 217 515 500
Email - unigefa@ulusofona.pt