30/09/08

Avaliação de desempenho - Educação Especial

Andamos todos "às voltas" com a avaliação de desempenho...
A Escola André Soares, de Braga, teve a amabilidade de disponibilizar online diverso material (grelhas diversas e outro material de apoio), em relação à avaliação de desempenho docente, nomeadamente no que diz respeito aos docentes de Educação Especial. Essa documentação pode ser consultada em:

Avaliação - docentes de Educação Especial I
Avaliação - docentes de Educação Especial II

29/09/08

Programas educativos para trabalhar na Internet


Trata-se de um blog espanhol, ligado ao Centro de Recursos de Educação Especial de Navarra (Espanha) que disponibiliza diversos programas educativos, acessíveis a partir da Net, que poderão ser muito úteis para crianças e alunos com Necessidades Educativas Especiais. Dispõe de programas para treinar a utilização do rato, do teclado, treino da atenção, situações de causa-efeito, etc., etc., etc. ...

23/09/08

Apoio educativo

Quando os alunos não são elegíveis para medidas de Educação Especial, muitas vezes o Relatório Técnico - Pedagógico remete para outro tipo de respostas educativas.

Seguem alguns exemplos de medidas de apoio educativo

1. Pedagogia diferenciada
Modalidade de apoio educativo que implica a utilização em contexto de sala de aula de estratégias de ensino diversificadas e adequadas a cada aluno, podendo o professor titular ser coadjuvado por um colega do mesmo grupo disciplinar.O professor pode negociar com os alunos e definir os objectivos de aprendizagem individual, proporcionar aos alunos materiais diversificados, promover a aquisição da capacidade de aprendizagem autónoma, avaliar os alunos de maneira diversificada.

2. Actividades de compensação
Modalidade de apoio educativo, com presença ou não do aluno na escola. Pode ser utilizada a plataforma TWT ou eventualmente a plataforma Moodle da escola, proporcionando a realização de projectos, jogos e/ou fichas de trabalho, a seleccionar pelo professor da disciplina. Os alunos podem ser também encaminhados para os diversos clubes da escola com indicação das competências a desenvolver.

3. Aulas de recuperação
Modalidade de apoio educativo, que implica o aumento da carga horária do aluno.O professor de apoio preferencialmente será o professor da disciplina, quando esta modalidade é realizada por outro professor, a planificação das actividades a desenvolver com os alunos deverá ser elaborada com o respectivo professor. Os alunos são organizados em pequenos grupos (máximo 15 ) que podem ser alterados ao longo do ano.

4. Programa de Tutoria
Modalidade de apoio educativo, que implica a escolha de um tutor que preferencialmente será um professor do conselho de turma, com bom relacionamento com o(s) aluno(s), encarregados de educação e professores O programa pode ser de apoio a estratégias de estudo, técnicas de trabalho e /ou de orientação e aconselhamento do aluno, fomentando o desenvolvimento de atitudes de participação na escola e no meio, bem como na orientação escolar e profissional do aluno.

5. Actividades de ensino da Língua Portuguesa
Modalidade de apoio educativo que se destina essencialmente a alunos oriundos de países estrangeiros. Deve promover o desenvolvimento de competências ao nível da escrita e da leitura, de forma a facilitar a integração dos alunos no sistema educativo e na sociedade.

6. Estudo Acompanhado
Modalidade de apoio educativo que potencia a área de Estudo Acompanhado, está indicada para os alunos com dificuldades a nível de métodos de trabalho e de estudo, análise, tratamento e interpretação da informação. As propostas de trabalho nesta área deverão ser diversificadas deforma colmatar as dificuldades de cada um dos alunos.

7. Adaptações programáticas
Esta modalidade está prevista para os alunos com insucesso escolar repetido (planos de acompanhamento). O conselho de turma/professores poderão propor uma intervenção a nível de conteúdos, no sentido de os adequar às características dos alunos, não relegando a aprendizagem das competências essenciais por parte de todos os alunos.

8. Estudo Autónomo
Modalidade de apoio educativo que pressupõe a organização de um dossier por disciplina, com actividades dispostas por grau de dificuldade e com os tópicos de correcção, sínteses de conteúdos e exercícios de consolidação com respectivas soluções.

9. Actividades de Enriquecimento
Esta modalidade tem como objectivo desenvolver competências sociais, envolvendo os alunos em tarefas de grupo dentro e fora de sala de aula promove a participação / organização de debates, conferências, dinamização de actividades culturais destinadas a alunos e/ ou comunidade educativa, pode ser ligada aos clubes ou a áreas disciplinares. A participação no jornal da escola é uma das actividades a promover.

10. Serviços de Psicologia e Orientação Escolar
Os alunos são encaminhados para estes serviços quando apresentam dificuldades e integração na escola ou no meio, baixa auto-estima, dificuldades na relação com os professores e/ou com os pares ou outras características que dificultam o processo ensino aprendizagemPara além destas modalidades, há todo um conjunto de medidas que passam pela gestão da própria sala de aula e pela dimensão organizacional: formação de turmas, afectação de professores a alunos, gestão de espaços e tempos, relação escola-família...

11/09/08

Constituição de Turmas

Um colega colocou esta dúvida: "tenho numa turma do 7º ano com dois alunos ao abrigo do Decreto 3/2008 ... e esta turma é constituida por 28 alunos!! Uma outra turma do 8º com um aluno 3/2008 com 26 alunos! Isto é legal com a actual legislação?"


A constituição de turmas fundamenta-se no Despacho nº 14026/2007, de 3 de Julho...
Esse documento no seu ponto 5 (constituição de turmas) afirma que:
(...)
5.2—As turmas do 1º ciclo do ensino básico são constituídas por 24 alunos, não podendo ultrapassar esse limite.
5.3—As turmas dos 5º ao 12ºanos de escolaridade são constituídas por um número mínimo de 24 alunos e um máximo de 28 alunos.
5.4—As turmas com alunos com necessidades educativas especiais resultantes de deficiências ou incapacidade comprovadamente inibidora da sua formação de qualquer nível de ensino são constituídas por 20 alunos, não podendo incluir mais de 2 alunos nestas condições.

Por seu turno o Decreto-Lei nº 3/2008, de 7 de Janeiro, no seu Artº 12º, refere que:
(...)
2- O programa educativo individual constituiu o único documento válido para efeitos de distribuição de serviço docente e não docente e constituição de tumas, não sendo permitida a aplicação de qualquer adequação no processo de ensino e de aprendizagem sem a sua existência.

Assim, só poderá ser considerado a redução do nº de alunos na turma, se tal estiver consignado e devidamente fundamentado no Programa Educativo Individual de cada aluno com Necessidades Educativas Especiais de Carácter Prolongado, independentemente das medidas educativas de educação especial de que usufrua.
Deste modo, se tal não foi acautelado nos respectivos PEIs de cada aluno, é possivel ter turmas de 28 alunos (nº máximo), com alunos com NEECP.
Foi esta a interpretação efectuada no meu Agrupamento.

08/09/08

Cursos de Formação em Educação Especial


INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA COM ALUNOS COM MULTIDEFICIÊNCIA

INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA COM ALUNOS COM PERTURBAÇÕES DO ESPECTRO DO AUTISMO

INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA COM ALUNOS SURDOS

Curso de Formação: 50 horasDestinatários: professores e educadores a exercer funções de docência ou de direcção de escola, psicólogos, terapeutas e outros técnicos que desenvolvam a sua actividade no âmbito da educação especial.

Inscrições:
O formulário de pré-inscrição encontra-se disponível para preenchimento online em http://area.dgidc.min-edu.pt/formacao, devendo ser enviado até ao dia 19 de Setembro. Os resultados das candidaturas serão publicados no site da DGIDC, no dia 25 de Setembro.

Não serão admitidos os candidatos que já frequentaram este curso de formação.
Contactos: e-mail - dseease@dgidc.min-edu.pt; tel. 21 393 45 32.

07/09/08

O canto do galo

Antes de definirem os vossos objectivos individuais, por favor leiam esta história, de Rubem Alves...
O Canto do Galo

Imagem de: http://ecosdapoesia.net/autores/marco_bastos9.htm

Era uma vez um agricultor. Era um agricultor fora do comum, intelectual e progressista. Estudou administração para que a sua quinta funcionasse cientificamente. Não satisfeito fez um doutoramento em criação de galinhas.

Aprendeu que, num negócio, o essencial é a produtividade. Aqueles que são improdutivos dão prejuízo; devem, portanto, ser eliminados. Aplicado à criação de galinhas, esse princípio traduz-se por: “galinha que não põe ovo, não merece a ração que come”. Não pode ocupar espaço no galinheiro e deve ser transformada em cubinhos de caldo de galinha.

Com o propósito de garantir a qualidade total da sua criação de galinhas, o agricultor estabeleceu um rigoroso sistema de controlo da produtividade. “Produtividade de galinhas” é um conceito matemático que se obtém dividindo o número de ovos posto por uma unidade de tempo. As galinhas, cujo índice de produtividade fosse igual ou superior a 250 ovos por ano, podiam continuar a viver na quinta como galinhas poedeiras. O agricultor estabeleceu ainda um sistema de “mérito galináceo”: as galinhas que pusessem mais ovos recebiam mais ração; as galinhas que dessem menos ovos recebiam menos ração. As galinhas cujo índice de produtividade fosse igual ou inferior a 249 ovos por ano não tinham mérito algum e eram transformadas em cubinhos de caldo de galinha.

Acontece que conviviam com as galinhas poedeiras galináceos peculiares que se caracterizavam por um hábito curioso. A intervalos regulares, e sem razão aparente, eles esticavam os pescoços, abriam os bicos, emitiam um ruído estridente e, em acto contínuo, subiam para as costas das galinhas, seguravam-nas pelo bico e obrigavam-nas a se agachar. Consultados os relatório de produtividade, verificou-se que isso era tudo o que os galos – era esse o nome daquelas aves – faziam. Ovos, mesmo, nunca, jamais…

Lembrou-se, então, o agricultor das lições que aprendera e ordenou que todos os galos fossem transformados em cubos de caldo de galinha. As galinhas continuaram a pôr ovos, como sempre: os números escritos nos relatórios não deixavam margem para dúvidas. Mas uma coisa estranha começou a acontecer. Antes os ovos eram colocados em chocadeiras e, ao final de 21 dias, de dentro deles saíam pintainhos… Agora os ovos das mesmas galinhas, depois de 21 dias não se abriam… Ficavam lá, inertes. Deles não saíam pintainhos. E, se lá continuassem por muito tempo, estouravam e de dentro deles o que saía era um cheiro de coisa podre. Coisa morta.

Aí, o agricultor aprendeu duas coisas. Primeiro: o que importa não é a quantidade dos ovos, mas o que vai dentro deles. A forma dos ovos pode ser enganosa: ovos muito lisinhos por fora podem ser podres por dentro. Segundo: há coisas de valor superior ao número dos ovos. Coisas sem as quais os ovos são coisas mortas.

In ALVES, Rubem. (2001). Entre a Ciência e a Sapiência. O Dilema da Educação. São Paulo: Ed. Loyola (p. 67-71). Adaptação de Maria Susel Gaspar.

02/09/08